PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NA ESCOLA E NA CLÍNICA





PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NA ESCOLA

O corpo e a aprendizagem caminham juntos! É por meio do corpo que o indivíduo entra em contato com o conhecimento. Do nascimento à idade adulta o corpo registra experiências e sentimentos, automatiza e domina movimentos, amplia sua capacidade de ação e produz padrões culturais de comportamentos. A Psicomotricidade Relacional é uma ferramenta que investe não em dificuldades e sintomas, mas em possibilidades de crescimento e de aperfeiçoamento em que o sujeito potencializa a capacidade de desenvolver globalmente sua personalidade.

 "No que se refere à Psicomotricidade Relacional, podemos dizer que a aprendizagem e o desenvolvimento se produzem pelas formas de relação afetiva com o outro, de acordo com as possibilidades e limites de cada um, em comum acordo." (Vieira, Batista e Lapierre. 2005, p.40)

A Psicomotricidade Relacional tem comprovado sua eficácia em termos de:

COMPORTAMENTO: ajusta positivamente a agressividade, inibição, falta de limites, baixa tolerância à frustração, hiperatividade, etc.

APRENDIZAGEM: desperta o desejo para aprender, eleva o rendimento escolar, minimiza dificuldades de expressão motora ou gráfica, melhora a orientação espacial, apesar da criança apresentar um desenvolvimento cognitivo normal, aumenta a capacidade de assimilar novos conteúdos, aumenta a auto estima, reduz distúrbios de atenção, desenvolve o potencial criativo, etc.

SOCIALIZAÇÃO:  facilita a integração em grupos sociais, potencializa o desejo de participar de atividades grupais, eleva a capacidade para enfrentar situaçãos novas, etc.


O Ministério da Educação (MEC) tenta elevar o padrão educacional das nossas escolas e torná-las um lugar onde o conhecimento circule de forma harmônica e prazerosa. Essa tentativa gera todo um investimento na área de ensino por parte de órgãos oficiais e chega a causar certo impacto social.

No entanto, não observamos um resultado palpável na aprendizagem por parte das nossas crianças. Assim, todo o investimento não chega a atingir ou repercurtir efetivamente nas próprias crianças, pois são projetos descentralizados do que é primordial para o processo de aprendizagem do indivíduo: o investimento no desenvolvimento pessoal.

A cidade de CURITIBA(PR) é a primeira cidade oficialmete a validar por meio de uma Lei Municipal a prática obrigatória das atividades de Psicomotricidade Relacional nas escolas municipais.


A Psicomotricidade Relacional na Escola é uma atividade preventiva que através do jogo simbólico e espontâneo, o educando pode exercitar sua expressividade e autenticidade, qualidades importantes para o desenvolvimento da autonomia e da auto estima, potencializando o desejo para a aprendizagem. "Sua intervenção é em nível do relacional, com repercussões em todo o processo educativo". ( CABRAL, 2001, p. 68).


PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NA CLÍNICA

É uma prática que atua no plano da saúde de um modo geral, sem perder de vista sua ação terapêutica e preventiva. Por meio da mediação corporal estimula a capacidade relacional, a adaptação sócio-emocional e psicomotora, através do jogo simbólico e da comunicação não-verbal.


"Na Psicomotricidade Relacional as intervenções do Terapeuta Psicomotricista facilitam os processos do desenvolvimento, que de alguma maneira, estão bloqueados ou canalizados de forma improdutiva, impedindo uma vida mais saudável e feliz." (VIEIRA, BATISTA E LAPIERRE, 2005, P. 149).

A Psicomotricidade Relacional na clínica trabalha questões como agressividade, limite, afetividade, inibição, TDA/H (hiperatividade), dificuldades de aprendizagem e atenção, alterações de percepção corporal, autonomia, auto estima, queda de rendimento escolar, dificuldade de expressão verbal ou gráfica, depressão, TOC, medos, dificuldade de integração e participação em atividades grupais, isolamento, falta de iniciativa, passividade, entre outras.

Objetivos principais:

Promover um espaço onde a criança possa expressar suas dificuldades relacionais, ser ouvida e auxiliada na busca da resolução de seus conflitos;

Contribuir para que pais compreendam melhor seus filhos em seus desejos e necessidades e encontrem estratégias mais adequadas para ajudá-los.

Como acontece?

Entrevista/conversa com os pais;

Encontro/contato com outros profissionais que trabalham com a criança ou adolescente;

Sessões de Psicomotricidade Relacional uma vez por semana(inviduais ou em grupos);

Encontro com os pais periodicamente para acompanhamento, orientações e avaliação do processo de trabalho.




Sugestões de Leitura:

CABRAL, Suzana V. Psicomotricidade Relacional: prática clínica e escolar. Rio de Janeiro: Revinter, 2001.
DOLTO, Françoise. A Imagem Inconsciente do Corpo. 2ed. São Paulo: Perspectiva, 2004.
GALLAHUE, David L.Compreendendo o Desenvolvimento Motor.3 ed. São Paulo: Phorte,2005.
LAPIERRE, André & AUCOUTURIER, Bernard. Fantasmas Corporais e Práticas Psicomotoras. São Paulo, Manole, 1984.
LAPIERRE, André. Da Psicomotricidade Relacional à Análise Corporal da Relação. Curitiba, UFPR/CIAR. 2002.
LAPIERRE,Andre. Aucouturier, Bernard. A Simbologia do Movimento: Psicomotricidade e Educação.3 ed. Curitiba: Filosofart, 2004.
LE BOULCH, Jean. Educação Psicomotora: a psicocinética na idade escolar. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1987.
SHILDER, Paul. A Imagem do Corpo: as energias construtivas da psique. 3ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
VIEIRA, José Leopoldo, BATISTA, M. Isabel Batista, LAPIERRE, Anne. Psicomotricidade Relacional: a teoria de uma prática. Curitiba, Filosofart/CIAR, 2005.

2 comentários:

  1. Parabéns por abrir mais um espaço de divulgação da psicomotricidade relacional. Com certeza um trabalho atuante que torna mais acessível o conhecimento dessa prática .Seu blog já se encontra entre os meus favoritos.Abraços Rozalha

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  2. Parabéns pelo blog. Estou a 12 meses de terminar minha graduação em psicologia e tenho tido grande interesse pela psicomotricidade. Seu blog me ajudou a ampliar idéias e perspectivas.

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